sábado, 8 de junho de 2019

O Antonio e a Sofia



O ANTÓNIO E A SOFIA

Os meus pais, 
a quem devo tudo o que sou.



O ANTÓNIO E A SOFIA

Se na vida buscas sorte
Para que possas ser forte,
Busca mesmo à nascença.
Porque sorte tive eu
Com os pais que Deus me deu.
O que fez toda a diferença.

O António e a Sofia
Foram tudo o que eu queria
Nada deixando faltar.
Não me deram muito peixe,
Embora eu não me queixe,
Ensinaram-me a pescar.

Com catorze, era um menino,
O António vem do Minho
Para a tasca trabalhar.
Do carvão fazia bolas,
Dava vinho aos bebedolas,
Para dinheiro ganhar.

De empregado de balcão
Logo se tornou patrão
Porque fez economias.
Noutros negócios entrou,
Até três táxis comprou,
Conseguindo mais-valias.

A Sofia, costureira,
Também, à sua maneira,
Tratando dos seus filhinhos,
Com jeito para costurar
Lá ganhava a remendar
Muita roupa dos vizinhos.

E neste esforço conjunto
Que já não se encontra muito,
Nesta casa fui feliz.
Da mãe vinha o carinho,
E do pai, o dinheirinho.
Foi assim que eu me fiz.

Conselhos nunca faltaram
P’rá vida me prepararam
Que a vida tem muito visco.
Não se pode escorregar
Sob pena de falhar
Este contrato de risco.

Na vida, o que mereço
Não se compra, não tem preço.
Tudo, só parte de mim.
É isso que ensino aos meus.
Hoje dou graças a Deus
Por ter tido uns pais assim.

Desculpem que eu não sabia
Nem sequer valor daria
Ao que fizeram por mim.
Hoje sei, também sou pai.
Farei tudo o que puder
E o melhor que eu souber
Para ser um pai assim.

Obrigado, pais.

João Duarte Barbosa
19.Mar.2017

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