terça-feira, 24 de setembro de 2013

Hoje deu-me para a nostalgia

Hoje deu-me para a nostalgia.
Como os anos passam.
Recordo, com saudade, todos estes anos que vivi intensamente nesta minha tão querida e maravilhosa Fanhões.

Como Director da A.H.B.V.Fanhões.
Ainda jovem, acabado de casar, numa Assembleia Geral em que estava difícil arranjar Direcção, era sempre assim, o meu tio Luciano convenceu-me a aceitar o cargo de Secretário com o Presidente Manta, o velho Vieira, o Zé Cequilho, entre outros.
Foi uma experiência que frutificou e me levou a estar integrado na vida colectiva de Fanhões durante mais de 20 anos.
Foi o tempo dos bailaricos no Salão com as tão carateristicas modas do chocolate.
A música parava, eu e o Ze Manel Tomaz aproximávamo-nos dos pares e o cavalheiro tinha de comprar um chocolate para a dama.
Uma forma de conseguir receitas.
Foi o tempo do teatro com os saudosos Alvaro Nobre, Casimiro Gomes, Graciosa, Camilo Flores e muitos outros.
Foi o tempo das grandiosas Festas Anuais e do bufete-bar sob administração directa.
De um Corpo de Bombeiros totalmente voluntário e gratuito.
Foi o tempo da grande afirmação da Banda de Música e da Orquestra ligeira que abrilhantava gratuitamente os bailaricos.
Quem não se lembra do sempre afinado clarinete do Razão e daquele instrumento encaracolado do Bate-Folha ?

E no S.L.Fanhões.
Era preciso dinheiro.
Não havia subsídios.
Comecei a colaborar com a Direcção, integrado naquilo a que chamámos Conselho Técnico que tinha como função arranjar dinheiro.
Seguiram-se mais 15 anos como Director.
Fui Vogal, Secretário-Geral e Presidente.
Era o Luis e o Vitor Flores, o Joaquim da Laura, o Henrique Correia, o Ze Manel Oliveira, o Manuel Morganho, entre outros.
Fizeram-se cartões anuais de lotaria.
Foi o tempo dos inesquecíveis Toneios de Futebol 5.
Organizaram-se Rallies Papers.
E as Festas Anuais.
Abrimos o Café-Sede do Clube que era assegurado graciosamente pelos elementos directivos.
E desportivamente chegámos à impensável 2ª Divisão Nacional.
As instalações desportivas sofreram uma verdadeira revolução.
Fomos, a certa altura, o Clube mais representativo do Concelho de Loures.

A certa altura fui cabeça de lista do PS à Assembleia de Freguesia.
Perdi por uns escassos tres votos, salvo erro, para o meu saudoso e grande amigo, Luis Castelo que representava a CDU.
Nunca fui caçador.
Mas, consciente da enorme difusão da caça na população, prometi criar um Clube de Caçadores.
Perdi as eleições, mas como Presidente da Assembleia de Freguesia, juntei um grupo de caçadores entusiasmados com a ideia.
Era o Carlos "Porto", o Manel da Rosa, o Silvino, o Raul Mateus e outros.
Fomos à Venatória.
Organizámos sessões de esclarecimento com a Venatoria no Salão dos Bombeiros.
Construiu-se a Sede-Social do Clube no sitio onde ainda é hoje.
Aprovaram-se os estatutos.
E tudo começou.
E eu não era caçador.
Mas estive presente e actuante.

Tempos inesquecíveis, em que tudo se fazia por amor à camisola.
Por amor à terra.
Por amor às colectividades.

É com muita saudade que recordo estes tempos.
Tempos de intensa e saudável convivência.
Quando tudo, com quase nada, era possível fazer.
Porque queríamos, e conseguimos, fazer.
Que saudades...