domingo, 18 de novembro de 2012

Se estiver vivo... vou conseguir.

Domingo frio mas soalheiro.
Um curta e muito simples frase:
"1 ANO".
Sem mais.
Apenas isso:
"1 ANO".
Poderá não querer dizer nada.
Poderá querer dizer muito.
Poderá querer dizer tudo.

1 ano, este ano.
Um milhão de portugueses não têm emprego.
Os que, milagrosamente, mantêm o emprego viram os seus rendimentos brutalmente reduzidos.
Muitos, milhares, por insolvência, tiveram de devolver as casas aos bancos.
Muitos, milhares, antes classe média, vivem abaixo do limiar da pobreza.
A pobreza virou miséria.
1 ano triste e dramático para muitíssimos portugueses.

E para mim ?
E para nós ?
Claro que tivemos que nos ajustar.
Claro que tivemos de cortar no que não era fundamental.
Deixámos de frequentar hoteis e restaurantes acima da média.
O ar condicionado não pode ligar-se a toda a hora.
A roupa só se pode lavar no horário mais barato.
As luzes não podem estar acesas se não fôr necessário.
Etc...
Reduzi substancialmente as despesas.
Mas, ao contrário do governo, procurei novas formas de rendimento.
Procurei crescer ao mesmo tempo que reduzi despesas.
Mas despesas desnecessárias.

Consegui.
Pelo menos este ano consegui.

Orçamento equilibrado.
Vida mediana, sem luxos.
Mas vida.

E o próximo ?
Como vai ser o próximo ano ?
Se estiver vivo.
Se estiver na posse de, pelo menos, algumas capacidades, nomeadamente, intelectuais.
Mesmo que certas capacidades desapareçam pelo avançar da idade.
Vou conseguir.
A não ser que seja posto de lado por velhice e incapacidades inerentes.
Mas, nessa altura, saberei encontrar solução...

Que eu esteja cá.
Ou melhor dito, se me deixarem estar cá.
Vou conseguir o possível e suficiente.
Mas, impossíveis, não esperem de mim.
Farei o que puder fazer.
O que não puder... paciência.

JB